Psicossomática e graça: um chamado à reflexão sobre a relação saúde e espiritualidade
Palabras clave:
Saúde, Psicossomática, Espiritualidade, GraçaResumen
A religião não cabe apenas nos colóquios acadêmicos, nos quais a relação ciência e religião são discutidas, muitas vezes, como uma experiência distante do cotidiano da vida humana. Compreender o Homo religiosus e o seu modus vivendi é um desafio para os nossos dias. Há de se reconhecer na religião uma importante instância de re - significação e ordenação da vida, de seus reveses e sofrimento. Apesar da religião ser um objeto de investigação dos mais complexos, e a relação saúde física e religião ser estudada de forma sistemática desde o início do século XX, pesquisas médicas apontam cada vez mais para a relevância da espiritualidade nos momentos mais cruciais da existência humana, no qual o luto, a incapacitação, as doenças graves ou morte, batem à porta de uma história de vida. Por isso, o fenômeno religião tem sua interdisciplinaridade com a teologia, psicopatologia, psicologia, psicanálise, antropologia e sociologia da religião. Mesmo sendo paradoxal e ambígua em sua influência, provavelmente é a instituição mais antiga e duradoura na história humana e presente nas mais diversas culturas. Na concepção do psiquiatra Lotufo Neto, “as crenças religiosas podem gerar paz, autoconfiança e sensação de propósito na vida, ou o oposto: culpa, depressão e dúvidas”. Daí, na tentativa de atender um chamado à reflexão entre saúde (física, emocional e mental) e espiritualidade, objetiva-se, então, aprofundar o conhecimento sobre psicossomática, onde o corpo humano é visto de modo objetivo e subjetivo, numa unidade composta e considerada à sua corporeidade – teia das relações que marcam o corpo físico consigo mesmo e o mundo exterior. A partir do entrelaçamento observado na psicossomática, buscar na teologia da graça – “melhor presente do cristianismo ao mundo”, o recurso fundante na práxis do cuidado das doenças psicossomáticas e na sua relação com a espiritualidade.